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Home / Noticias / Queda nas importações faz indústria brasileira perder competitividade. 29.Jun.2015
   
   
   
   
   
   
   
   
   
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Queda nas importações faz indústria brasileira perder competitividade.


A constante queda nas importações do País está se traduzindo em perda de competitividade para a indústria nacional, avaliam especialistas entrevistados pelo DCI.


Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as compras de máquinas e equipamentos industriais pelo Brasil já caíram 15,5% nos cinco primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, e 27,9% em maio, ante o mesmo mês de 2014.

"Ao longo dos últimos dez anos, o significativo incremento das importações no País foi acompanhando pelo crescimento das exportações. Muitas vezes, a elevação das vendas externas foi maior até do que a compra de produtos", observa o professor do MBA de finanças do Instituto Insper, Otto Nogami, a respeito da importância das importações para a indústria exportadora nacional.

A professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mônica Romero, concorda com essa análise e diz que a desvalorização do real frente ao dólar tem reduzido a agregação de valor na produção brasileira.

"A moeda desvalorizada não só diminui as importações, como reduz aquelas que estimulam a agregação de valor aos produtos. Quando se tem uma moeda forte, é possível escolher os melhores fornecedores, comprar mais tecnologia", diz a professora.

"O problema é que o Brasil não está parando de comprar somente 'quinquilharias'. Estamos reduzindo as importações em setores onde a economia se movimenta, como de matérias-primas e intermediários voltados para a produção. Isso significa que o nosso processo de montagem está sendo prejudicado", complementa Romero.

Segundo o MDIC, as importações de insumos e intermediários caíram em 16,1% de janeiro a maio deste ano, contra o mesmo período de 2014.

"Vivemos em um sistema de cadeias globais de valor onde nada mais é produzido em um país só. A desvalorização do real atinge, por exemplo, uma indústria muito importante para o Brasil: a Embraer. O projeto de um avião desta companhia é nacional, mas a maioria dos seus componentes é importado de outros países. Nesse caso, uma peça de alta tecnologia usada nos aviões da Embraer não tem como ser substituída por uma nacional", exemplifica a especialista da FGV.

Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização Mundial do Comércio (OMC) do ano de 2013, mostrou que o Brasil é um dos países com menor participação de produtos importados em suas exportações, de cerca de 10% apenas.

Impostos

Apesar do Brasil já ter uma política de redução de alíquotas de impostos importação para determinados produtos, Nogami afirma que isso, muitas vezes, não acontece em setores estratégicos. "Quando se trata de máquinas, equipamentos e ferramentas para a indústria, o Brasil pratica alíquotas de importação mais altas do que as permitidas pela OMC. O problema é que não existe produção nacional com valor agregado no setor, com alta tecnologia", diz Nogami.

Os combustíveis foram os principais produtos em que o Brasil reduziu o seu consumo. Até maio deste ano, a queda nas compras foi de 35,5%, em relação a igual período de 2014, e de 46,8% somente em maio, ante o mesmo mês do ano passado. "Nossa demanda de combustíveis está menor. As pessoas estão comprando menos automóveis, a renda da população caiu e, consequentemente, o consumo de bens duráveis reduziu. Além disso, há a queda de preços no mercado internacional", afirma o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Celso Grisi.

Perspectiva

Grisi tem uma avaliação mais positiva do que os outros especialistas. Ele diz que, apesar do processo de desindustrialização, o Brasil ainda possui um parque industrial ocioso, principalmente no setor de transformação, que pode ser reutilizado, na medida em que a demanda cresça.

"Aquilo que depende de grandes investimentos, tende a demorar mais. Mas há capacidade instalada para produzir muitas coisas. A indústria de transformação, por exemplo, tende a se beneficiar com a desvalorização da moeda", comenta o professor da Fipecafi.

As regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste foram as que apresentaram as maiores quedas nas importações, em 23,4%, 20,8% e 20,5%, respectivamente. No Norte, a retração foi de 17,5% e no Nordeste, de 7,0%. Nogami explica que o desempenho das compras externas das regiões reflete o dinamismo e a representatividade econômica de cada uma delas.

Fonte: DCI
In: Mailclipping Comex - Fiec-Cin





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