O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, afirmou, após audiência com o presidente Michel Temer, que a organização está à disposição do governo brasileiro para ajudar, no que for possível, na recuperação do crescimento econômico do país.
Valter Campanato/ABr
Temer, Roberto Azevedo e a crise brasileira
Brasília - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, afirmou, após audiência, nesta segunda-feira, com o presidente interino, Michel Temer, que a organização está à disposição do governo brasileiro para ajudar, no que for possível, na recuperação do crescimento econômico do país. Para Azevêdo, a retomada do crescimento não será um processo imediato, que vá ocorrer "da noite para o dia".
Azevedo disse que também colocou Temer a par das negociações no âmbito da OMC. "Vim, mais uma vez, aprofundar o diálogo entre o governo brasileiro e a OMC, que continua sempre interessada em avançar no diálogo com o Brasil e facilitar a inserção do país no comércio internacional", disse Azevêdo em entrevista no Palácio do Planalto.
Questionado sobre a atual situação do país, o diretor-geral da OMC respondeu que esse é um momento de "turbulência" e "recessão" para o país. "Não é um momento fácil para o país. É um momento de turbulência em todas as áreas, na área econômica, em particular. A recessão não é pequena, não é uma coisa de que se possa ignorar a profundidade, a importância. Mas acho que ninguém no Brasil, muito menos no governo, ignora essa situação e estão todos trabalhando para reverter isso no mais curto prazo possível."
Roberto Azevedo negou que haja discrepâncias entre suas posições como diretor-geral da OMC e as do ministro das Relações Exteriores, José Serra, ao ser questionado sobre trechos do discurso de posse do chanceler que foram interpretados por alguns como críticas à organização. Azevêdo disse não ter visto críticas à OMC na fala de Serra.
O diretor da OMC se disse "perplexo" com notícias sinalizando que ele e Serra estariam em oposição. "Nem eu, nem ele entendemos isso, porque falamos exatamente a mesma coisa: que o Brasil tem que procurar avançar no comércio internacional, em abertura de mercados, em qualquer via que permita que isso aconteça."
E completou "É muito importante que fique claro que não tem nenhuma discrepância de visão entre o diretor-geral (da OMC) e o ministro de Estado das Relações Exteriores. Estamos perfeitamente afinados e amanhã até vamos conversar."
Fonte: Portugal Digital
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