Ele avalia que, apesar de o governo querer avançar nas negociações, ainda é necessário superar alguns desafios, como uma cláusula de indústria nascente e salvaguardas robustas e regras de origem que atendam aos interesses do setor produtivo brasileiro.
São Paulo - O governo do Brasil sinalizou avanços nas negociações sobre o acordo comercial entre o Mercosul e a União europeia (UE).
No entanto, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, avalia que ainda falta muito para que o acesso ao mercado europeu seja garantido.
"Temos desafios muito importantes, em diversas áreas", alertou Godinho. "Sinto a necessidade de uma cláusula de indústria nascente, por exemplo, bem como salvaguardas robustas e regras de origem que atendam aos interesses do setor produtivo brasileiro".
E ele ainda completou: "Sem isso, não faz sentido um acordo. Não vamos fechar por fechar. Só o faremos se for positivo para o Brasil".
A proposta que o governo apresentará ao Mercosul baseia-se na ótica da cadeia produtiva e leva em conta a sensibilidade de cada produto. Desse modo, explica o secretário, haverá listas de desgravação com periodicidades diferentes, além da exclusão dos itens mais sensíveis.
Ele compreende como equivocada a visão de que um acordo comercial entre os blocos gerará benefícios à agricultura em detrimento à indústria. "Há ganhos para todos. E perdas para vários", admite.
"Cabe a nós (governo) identificá-los e calibrar nossa oferta de modo a conseguir um equilíbrio. E esse é um passo que nós já conseguimos dar", concluiu Godinho.
Da Redação, com Agência Indusnet Fiesp
In: Portugal Digital
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