O Brasil conseguiu abarcar mais pessoas na distribuição da riqueza produzida, mas tem de melhorar as condições económicas e financeiras para manter essa tendência, considerou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

De acordo com o Economic Survey Brazil 2013, divulgado durante uma visita do secretário-geral da organização à América Latina, o Brasil tem conseguido melhorar a sua posição entre as maiores economias mundiais e obtendo um crescimento mais inclusivo do que em períodos anteriores, mas há muito trabalho a fazer para manter essa distribuição de riqueza, principalmente tendo em conta o envelhecimento da população, que a OCDE considera que se vai fazer sentir de forma pronunciada nos custos com as pensões a partir dos próximos dez anos.

"As políticas com o objetivo de espalhar os benefícios do crescimento económico mais difusamente conseguiram substancialmente reduzir a pobreza e as desigualdades nos rendimentos", escreve a OCDE, argumentando, no entanto, que "a participação do Brasil no comércio internacional e a sua integração nas cadeias de produção globais está abaixo do que seria de esperar numa economia tão grande e tão sofisticada como a do Brasil".

Considerando que o país foi negativamente afetado pela recente crise económica mundial, a OCDE afirma que "a procura tem sido alicerçada em estímulos macroeconómicos, que encorajaram a expansão do setor não transacionável, enquanto a produção está a perder competitividade".

Elogiando o investimento feito na Educação, mas criticando os resultados e as falhas do sistema, a OCDE recomenda ao Brasil que, de uma forma geral, consolide a confiança nas políticas macroeconómicas, aumente a produtividade e a competitividade e promova o uso responsável dos recursos.