Há 36 meses praticamente consecutivos que Portugal vendia em cada mês sucessivamente mais a países terceiros. Em Fevereiro essa tendência foi interrompida, depois de em Setembro do ano passado se ter registado uma variação pontual negativa, possivelmente associada à greve prolongada nalguns portos portugueses.
As exportações de bens para países terceiros caíram 2,8% em termos homólogos em Fevereiro, registando a pior marca em 36 meses. Segundo dados divulgados nesta terça-feira, 9 de Abril, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), só em Dezembro de 2009 se observara uma queda mais acentuada, de 12,7%.
Desde então, a procura de mercados alternativos pelos exportadores nacionais, associada à dinâmica de crescimento de destinos como Angola e China, permitiu crescimentos homólogos sucessivos nas vendas mensais de bens portugueses para países exteriores à União Europeia.
A única interrupção nessa trajectória aconteceu em Setembro de 2012, altura em que as exportações para o espaço extracomunitário caíram 1,7%, um fenómeno que poderá ter decorrido da greve prolongada nalguns portos portugueses.
Olhando para os dados agregados do INE, as exportações destinadas ao Brasil foram as que mais caíram (44%, ao passarem de 111 milhões de euros em Fevereiro de 2012 para 77 milhões no mesmo mês deste ano). Seguiu-se China (queda homóloga de 17%) e Palop (-11,2%).
Por produtos, explica o INE que a redução das exportações para países terceiros foi o resultado do decréscimo registado principalmente na classe dos combustíveis.
A queda mais relevante nas exportações portuguesas - ainda que menos singular no passado recente -diz respeito às dirigidas aos demais países da União Europeia.
Em Fevereiro, caíram 2,5% em termos homólogos, quando haviam crescido 5% em Janeiro, sendo esta redução fundamentalmente explicada por menores vendas aos três maiores clientes -Espanha (-5,8%), Alemanha (-8%) e França (-4,8%) -que tradicionalmente absorvem cerca de metade do total de bens que Portugal vende no mundo.
Em Fevereiro, explica o INE, as exportações diminuíram 2,5% em especial devido à evolução registada nos veículos e outro material de transporte, nomeadamente nos Automóveis de passageiros.
* Eva Gaspar
Fonte: Jornal de Negócio
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