Mesmo sem um acordo entre o Mercosul e a União Européia (UE), o Brasil está sendo o segundo país que mais tem aumentado suas exportações para a Europa neste ano. O desempenho dos produtos nacionais está sendo superado apenas pelas vendas da China. Segundo dados divulgados ontem pela UE, em Bruxelas, as vendas brasileiras aumentaram 16% no primeiro semestre, em comparação com os primeiros seis meses de 2003. O aumento chinês foi de 19%. Segundo a UE, o Brasil é o décimo maior destino dos produtos europeus e já ocupa a nona posição entre os maiores exportadores para o bloco europeu.
Entre janeiro e julho, os europeus calculam que o País exportou 12,4 bilhões de euros. No ano passado, o valor tinha chegado a 10,7 bilhões de euros. Segundo Bruxelas, o déficit europeu com o País aumentou de 3,3 bilhões para 4,5 bilhões de euros. O motivo do crescimento ainda está relacionado à incapacidade de os europeus aumentarem suas exportações para o Brasil no mesmo ritmo do País. Nos primeiros seis meses do ano, o crescimento do fluxo de bens europeus para o Brasil foi de 8%, distante do aumento sofrido com as exportações da UE à China, com 22%, e Turquia, 37%.
O aumento do déficit com o Brasil não é, porém, o maior problema europeu. No geral, as exportações do bloco estão tendo um desempenho inferior às compras. Entre julho e agosto deste ano, as vendas cresceram 0,5%, contra um aumento de 3,4% das importações de todo o mundo. O resultado foi um déficit de 7,8 bilhões de euros em agosto. Há um ano, esse saldo negativo era de apenas 2,6 bilhões de euros.

Fonte: Jornal do Commercio - 22/10/04