O défice nas contas externas brasileiras acumulado em 12 meses, até Agosto, atingiu o resultado de 45,815 mil milhões de dólares (35 mil milhões de euros), o maior desde 2002, divulga o Banco Central.

O resultado negativo corresponde a 2,32% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Somente em Agosto passado o resultado foi negativo em 2,86 mil milhões de dólares (2,18 mil milhões de euros).

As projecções do Banco Central para 2011 são de um défice em transacções correntes, um dos principais indicadores do sector externo brasileiro, de 60 mil milhões de dólares (45 mil milhões de euros), que deverá ser equivalente a 2,78% do PIB.

Caso esse valor seja confirmado, será o maior défice nas contas externas da história do Brasil.

A deterioração nas contas externas do Brasil está relacionada com o crescimento do país, que faz aumentar as importações e o volume de remessas de lucros e dividendos das empresas para o exterior.

Outra consequência da expansão da economia brasileira é o aumento dos gastos de turistas brasileiros no estrangeiro, factor que também tem impacto nas contas externas.

O Banco Central estima um resultado negativo neste segmento (gastos de brasileiros no exterior menos despesas de turistas estrangeiros no Brasil) de 10 mil milhões de dólares (7,64 mil milhões de euros) este ano e de 11,5 mil milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros) para 2011.

Segundo o chefe do Departamento Económico do Banco Central, Altamir Lopes, os investimentos directos estrangeiros (IDE) não deverão ser suficientes para cobrir o rombo nas contas externas brasileiras neste ano e em 2011.

A previsão de entrada de IDE no Brasil este ano é de 30 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros) e no próximo ano de 45 mil milhões de dólares (34,4 mil milhões de euros).